Existe um momento silencioso na vida de todo buscador em que a força já não resolve, o saber já não consola e a fé aparente, por si só, já não basta. É nesse momento que a alma começa a recordar...
Recordar que veio de um lugar mais puro, mais alto, mais verdadeiro. Um lugar onde não havia nomes, nem lutas, nem máscaras, apenas essência.
Foi nessa fresta do ser que reencontrei Hércules. Não o herói laureado pelos deuses. Não o guerreiro dos mitos. Mas o homem dividido, o espírito em agonia, o semideus cansado de sua própria glória.
Esta obra nasceu da escuta interior e da contemplação dos símbolos que atravessam os tempos. Os doze trabalhos de Hércules deixaram de ser feitos externos e se tornaram provas espirituais, arquétipos da grande travessia da alma rumo à sua humanidade redimida. A grande inversão: o herói não sobe ao Olimpo para se tornar deus, ele desce à profundidade de si mesmo para reencontrar o humano divino que sempre foi e se perdeu.
O mito é um espelho. E cada leitor, ao mergulhar nestas páginas, talvez reconheça que também carrega em si um leão a ser domado, uma hidra a ser vencida, uma identidade a ser sacrificada.
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